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  26-08-2011  

Televisão "A tarde é sua" TVI
Fátima Lopes com o "Marceneiro dos Segredos"

É conhecido como o marceneiro dos segredos. Os filhos seguiram-lhe as pisadas. O Mestre Firmino tem como lema "Pobrete mas alegrete". Com esta frase, a sua música e a arte da marcenaria artística, supreendeu a Fátima Lopes.
"Um artista já raro no nosso país."

Da reportagem:

É conhecido como o marceneiro dos segredos e os filhos seguiram-lhe as pisadas. Fique para conhecer Firmino Canhoto, o homem que tem como lema de vida a frase: pobrete mas alegrete!

O próximo convidado é um artista já raro no nosso país e tem o mérito de ter conseguido passar a paixão pela sua profissão aos dois filhos.

São autênticas obras de arte, todas feitas à mão, peças com segredos bem guardados. É por isso que Mestre Firmino Canhoto é conhecido com o marceneiro dos segredos.

-Esta é a Mesa das Damas, de estilo D. José. Tem quatro tampos e vários segredos. Este tampo é para jogar cartas, este tampo é para jogar Gamão, Xadrez e Damas. Agora temos aqui um tampo para servir um chá. Mas servir um chá, precisamos de um tabuleiro. Agora vamos descobrir aqui um segredo, para irmos buscar o tabuleiro. Tem um espelho para as Damas e tem este segredo aqui, que se carrega, um sítio para se esconder notas. Tem ainda outros segredos. Tem este aqui, para continuar a esconder as notas.

Firmino tinha apenas onze anos quando quis aprender a arte de marceneiro embutidor.

-Sempre gostei de fazer coisas difíceis. As coisas simples a mim não me dizem nada. E achei que aquilo que eu ia aprender que eram móveis que eram feitos para durar vidas.

E assim traçou o futuro. Estabeleceu-se por conta própria e dedicou-se a criar móveis de arte e a restaurar mobiliário antigo. É embutidor há cinquenta e sete anos e sofre sempre que vende uma peça.

-Imagine o que é estar um ano ou oito meses de volta de uma peça, que é feita com muito amor e carinho e depois ter que a vender. É como se fosse um filho que saísse de casa.

E por falar em filhos, Carla e João escolheram o mesmo destino que o pai e para ele isso é um grande motivo de orgulho.

-Eles começaram a trabalhar na oficina quando andaram a estudar, vinham aqui para a oficina e tinham o seu ordenado, portanto, nasceram os dentes, por assim dizer aqui na oficina.

E não é só na arte de trabalhar a madeira que os filhos seguiram as pisadas do pai. É que Firmino contagiou-os com outra das suas paixões.

-Posso se calhar, ser considerado o homem dos sete instrumentos, porque toco vários instrumentos, alguns deles são feitos por mim. Tenho de facto outra grande paixão, para além da música, que é o teatro. Comecei aos sete anos a pisar o palco, hoje tenho sessenta e oito e sempre fiz teatro durante estes anos todos. Fundei, em 1968 o Grupo de Teatro Os Incríveis de Aboboreira, do qual sou encenador e actor.

Para Firmino a felicidade é fazer os outros felizes, por isso se dedica a tantas artes para provocar o sorriso nos outros.

Quero cantar e ser alegre
Que a tristeza não faz bem
Eu nunca vi a tristeza
Dar de comer a ninguém